domingo, 18 de setembro de 2011

Meus amigos?

Meus amigos?
Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, SÓ SENDO LOUCO.
Quero-os santos, para que NÃO DUVIDEM DAS DIFERENÇAS e peçam perdão pelas injustiças. Escolho os meus amigos pela CARA LAVADA e pela ALMA EXPOSTA. Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria. Amigo que não ri conosco não sabe sofrer conosco. Os meus amigos são todos assim: metade DISPARATE, metade SERIEDADE. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os METADE infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a NORMALIDADE É UMA ILUSÃO IMBECIL E ESTÉRIL.

Sobre o autor:

Escritor irlandês nasceu em 16 de outubro de 1854 na cidade de Dublin. Wilde escreveu para todas as formas de expressão em palavras, embora tenha sido menos conhecido em algumas delas. Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas e é considerado por muitos de seus leitores, como a sua maior obra-prima.

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