sábado, 25 de junho de 2011

Quarto Escuro. (de volta)

Não queria acender a luz
O escuro era-lhe de afeição extremosa
Passava horas revivendo lembranças...
Fotografias na memória são provas vivas
Subjugava  o tempo e os acontecimentos.

Pra tudo um jeito. Só o que satisfaz.
E quando não, vestia-se a fantasia,
Enquanto os personagens de sua realidade
Eram moldados aos seus caprichos

Detalhes a acrescentar, erros a corrigir,
Elogios que não vieram, lagrimas que não valeram,
O falso sorriso, o beijo negado, o amor mal tratado.
Pra tudo dar-se um jeito!
Arranjo de menina com destreza de mulher.

Lapidadas as falhas, polido o ouro, regadas as flores,
Vivenciados os amores; até obter a cena ideal:
Objeto de nossa mais alta aspiração.
O mundo aperfeiçoado pensava!

A satisfação, recordações passadas a limpo,
Tudo perfeito, mas melhor do que isso,
Eram para sempre só suas
E então felicidade...
Que momentos! Que sonhos!

Cortina aberta, o sol aquece o porvir
Medo, pânico, mente confusa.
Braços fortes, peito aberto,
Polidez e energia vindoura da hereditariedade.


Coragem menina! Ousadia mulher!
Coração latente, desejos de viver,
Na realidade os sonhos de outrora...
Que nada, oh dura realidade!
A predileção pelo quarto escuro.


JackLigeiro 03/11/2008

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