Confissão

Há tempos eu venho tentando ser uma pessoa melhor. Menos apegada ao mundo material, menos consumista, mais aberta a experiências que não me façam mal, mais imparcial, mais completa e fundamentada em assuntos de meu interesse. Alguns gols eu já fiz, o que me deixa bastante contente. Algumas mudanças foram profundas o suficiente para eu sentir que já sou melhor do que há um ano. Por outro lado, tem um pedaço de minha personalidade que parece progredir em passos muito lentos. Tenho algo dentro de mim que me assusta! Esta coisa me torna um animal irracional e, se eu conseguisse diminuir o poder de atuação desta minha bestialidade interior eu estaria pronta, de verdade, para avançar para outro estágio muito mais interessante, creio. Vou descrever, sucintamente, o que viria a ser isto que me deixa tão aflita: quando eu gosto de alguém, quero confiar. Quero confiar eficientemente na pessoa e quero que esta confie em mim.  Quem vier algum dia a se envolver comigo, cuidado! Eu amo, amo plenamente, incondicionalmente, mas gostaria de amar de uma forma mais saudável, mais leve (ainda que sem comprometer o sentimento na intensidade que o permita sobreviver). Quando contamos sobre nossa personalidade para terceiros parecemos tão idiotas, não acham? Porém, acredito que confessando nossos defeitos capitais é um bom passo para a evolução.