sábado, 15 de agosto de 2009

Novos repentes virão.

por Quitéria di Genaro

_ Ando firme em meus propósitos. No chão deixo as marcas da realidade vivida e sonho encontrar um amor real para minha vida.

_ O chão é onde voam os que sonham e o céu é onde mora a realidade dos que amam...
Assim é melhor, porque se para um leigo nas letras as palavras não ficam claras o pensamento não assenta, não finca estaca... vaga, e vagando se perde por não saber o que é chão, o que é céu...

_ As letras não são obscuras, não escravizam, por elas lemos as entrelinhas do mundo, com elas faço poesia.

_ Da Leitura: não tenho esse habito, faço por necessidade. Agora ainda mais por necessidade de ler você, na verdade do olhar, do abraço, do carinho...os beijos. Beijos, beijos, beijos, beijos são todos para ti esses beijos.

_ Tantos beijos pra ler, prefiro recebê-los que fazer poesia.

_ Poesia porque não é o desejo real ou confessável e isso foi só um meio poético de agradecer ? Preferiria se o que chamou de poesia fosse a oferta e se também poesia fosse a sua preferência ...decida-se por mim, cara poetisa, sem meias palavras, sem entrelinhas...

_ Para uma poetisa não existe meias palavras, as palavras são sempre inteiras e as entrelinhas são como os vasos onde corre a essência da vida. Assim como não há vida sem sangue, não há vida sem as entrelinhas, não há vida sem poesia. Decidido está: o melhor de tudo serão os beijos que ainda, pela vida, iremos trocar.

Silêncio. Novos repentes virão!

I-Juca Pirama, Gonçalves Dias

_ Por um breve tempo, silêncios que na calada são ditos por dois, há quilômetros, sem palavras...

_Nem milhões de palavras cobririam a distância, não trariam o desejo até

carne...palavras soltas ao vento nelas somos apenas passageiros, certamente palavras fugazes, que trarão no por vir desalento. Sem palavras, fuga da esperança, melhor o silêncio.


_ Palavra, semântica, retórica... para o interpretar preciso, estar dentro é preciso, tem que fazer parte. Se o que se compreende é o que foi dito, valeu a fala, valeu o entendimento; mas como saber se a intensão foi captada? Impossível... Solução: Lidar com as palavras como se fossem obras de arte, abstratas que são, focando a sonoridade, as cores, as vírgulas, as sombras, sem se ater à interpretação... uma obra não se rotula, não se entende, só se aprecia _é ver e calar.

_Mas, (sempre há um mas), pode-se, depois de vê-la ou lê-la, pintar as próprias palavras, numa nova obra de arte pessoal, então aí vai:_O que queres? Expectativas que esfolam e consomem... melhor sem ele, melhor sem elas _viver, fazer, tocar, sentir, deixar, viver.

_ Silêncio por mais um tempo
,

Um satélite, um modem, um site, um atalho... uma picada na mata onde se chega onde não se chegaria, onde se ouve quem não se ouviria, onde se lê o que não se leria... repentes que surgem de repente, entrelinhas que entre as linhas são escritas... e logo depois disso, por um breve tempo, silêncios que na calada são ditos por dois, há quilômetros, sem palavras...

Certamente, novos repentes virão.

Hummm, poderia ser ele ?


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