domingo, 13 de dezembro de 2009

Boneca de pano


Tiraste de um baú alheio

Junto às coisas esquecidas,
Uma boneca de pano vermelho,
Um trapo por trato da vida.

Com cuidados brincaste com ela
Pintou-lhes os lábios de safira,
Renovou-lhes os laços de ciderela,
Deu-lhe fita de seda colorida.

Isso lá é coisa de menino?
Teu coração lhe alerta,
Deixe de lado essa boneca!

Eu por fim, lhe advirto,
Quando adulto enfim for
Solidão também há de vir...

Em vão se lembrará daquela boneca
Que a muito você abandonou,
Mas agora já está quebrado
O sorriso da boneca que você amou.

Quitéria di Genaro

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