quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ÚLTIMOS VESTÍGIOS


Há um tempo! Há um tempo que começa, e há um tempo em que se acaba.

Esta é a nossa passagem ... passagem esta, a que chamamos de vida.

Vivemos iluminados pelo nosso destino traçado, num espaço remoto e só nosso.

Como na sabedoria de um vôo, ele (o destino) desce e pousa suavemente em nosso caminho.

É preciso tocá-lo, senti-lo, ousá-lo, desafiá-lo e principalmente questioná-lo!

As vezes me pergunto, o porque de tanto peso.

As inutilidades pesariam mais do que as simples necessidades?

Eu não saberia dizer. Mas a vida passa, o mundo corre sob o vento e eu continuo sonhando,

caminhando em plena vigília contrária.

"De tanto ser, só tenho alma e quem tem alma não tem calma."

Então confusa e desatenta ao que sou e vejo.

Ser minha própria paisagem, e assistir a minha passagem,

Por isso, indiferente vou me lendo, como páginas, o meu próprio ser.

Anoto à margem o que li, o que julguei, o que senti e vivi.

Releio e digo: "Fui eu ?"

Deus sabe, porque o escreveu.

Enquanto tantos esbarram no senso comum, cansando-me com palavras repetidas,

consigo me dizer muito mais com um silencio que me perturba,

e que me leva também ao desencontro e à solidão,

mas que também me faz mergulhar o bastante,

o que há muito, eu desejaria saber :

- se realmente valeria à pena...ou se a pena seria maior que a recompensa ?

A vida toda dormimos com uma convicção:

- a de que depois do dia, virá a noite e a de que com ela, acontecerão manifestações intrigantes e excitantes.

Mas agora a noite está próxima.

Momento de caminhar com os braços levantados,

e com a ponta dos dedos, acender-se o firmamento da alma.

Sabe acender a sua ?

Quitéria di Genaro (RL)

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