domingo, 7 de fevereiro de 2010

Presentes



Todos os presentes que me deste, um dia,

Guardei-os, meu encanto, com apreço,

E quando em meu quarto, solitária

Eu vou falar com eles em segredo...


E falo-lhes d’amores e de ilusões,

Choro e rio com eles, desesperadamente...

Pouco a pouco a esperança de outrora

Flutua em volta deles, docemente...


Pela taça de cristal e longa

Bebo desejos estranhos e vagos,

Uma saudade imensa e infinita

Que, triste, me deslumbra e m’embriaga


O espelho de prata cinzelada,

A minha imagem que eu amava tanto,

Que refletia outrora tantos risos,

E agora reflete apenas pranto,


E o porta retrato de vidro e pedras,

De lágrimas e estrelas constelado,

Resumem em seus brilhos o que tenho

De longe e de feliz no meu passado...


Mas de todos os presentes, o mais raro,

Aquele que mais fala à fantasia,

Em franco de perfume com minha imagem

Sua fragrância, meu desejo desde aquele dia ...


Quitéria di Genaro

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