segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pseudônimo


Quitéria di Genaro

Código Civil Art. 19.
O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.


Os seus retratos são vários e neles sempre haverá um rosto de poesia. Ela ama provérbios, para ela, eles só serão chavões se não encontrar a verdade contida neles, e ela sempre encontra. Ela é diferenciada. Em nada segui padrões. Em tudo é diferente, o que sente, pensa, valoriza, aspira, veste, fala, come. A mesmice pode até participar de sua vida, mas um dia diferente do outro é sua meta. Coleciona sonhos que a faz ter experiências dos mais variados tipos. Para satisfazer essa incansável insatisfação, com o que já existe, é necessário fazer das tripas coração, ou seria deixar o coração em tripas, ou o coração sem tripas. Ah, ela não se importa muito com isso! É uma mulher moderna, mas que julga serem hipócritas as relações humanas. Abomina tudo que é superficial e preferi viver do seu jeitinho amando intensamente e incondicionalmente. Seus variados sonhos deixam suas noites mais saborosas. A maioria das pessoas, comuns, não consegue compreender este estilo de vida e critica, ela ignora. Seus problemas são revelados, incomodam, mas ela os transforma em poemas. E não é que é isso mesmo? Mesmo usando o mesmo perfume, a mesmo roupa, comendo a mesma sopa, ela pensa em dias de glórias...neurônios felizes, comidas gostosas, novo amor, novos shows, novos vesos, novos poemas...Tudo se renova para ela, isso é só uma questão de tempo.
De madrugada, xícara de café com leite, pão na chapa, tênis, calça e blusa apertada, rímel, delineador e um batom cor de boca na bolsa, celular quase sempre desligado, livros de sua rotina. E lá vai ela! No seu coração, um remendo de tanta esperança e saudade do que ainda não foi e talvez seja só ilusão. Na agenda das amizades sempre o mesmo rombo disfarçado com um singelo sorriso. Em suas investidas, tropeços, empurrões que a leva ao acaso de sempre.
Ela tenta desvendar os mistérios da vida, dos homens, dos sentimentos que nunca se materializam nem sequer por um instante, nem em sonho, nem em voz, nem em face, nem na arte, e mesmo com toda aparente fortaleza, é um ser frágil. Ela morre a cada dia na angustia do querer. Uma pequena sonhadora, incompreendida! Cheia de perguntas a fazer e sem ninguém que queira ouvir ou responder... O que poderia ela fazer? Pode até não realizar seus sonhos, mas pode ser Pseudônimo!


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