quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mãe


Amada

Ao perceber minha voz triste e chorosa ao telefone...
_ Estou indo lhe buscar, agora. 
_ Antes que eu negasse ele desligou. 
...Entregou-me um livro de poesia que ainda estava marcado com uma de nossas fotos, colocou-me confortável naquela velha poltrona aonde por vezes fizemos amor. 
 _ Fique a vontade querida, a casa é sua, estou feliz por estar aqui, mas irei respeitar seu momento, a quero inteira. Relaxe, leia um pouco, e quando quiser falar, estarei por perto, é só chamar. 
_ Penso ser um recomeço, me sinto protegida aqui, acho que este é meu lugar. Algumas lágrimas ainda escorrem porque meu coração quer outro momento. Sou fiel aos meus sentimentos, mas vou relaxar, vou tentar me lembrar dos sonhos que vivi aqui e ao som da minha música preferida (que ele acaba de colocar pra tocar) vou encher meu coração de esperança...Este homem faz com que me sinta amada. Como pode ser tão gentil, mesmo sabendo o motivo de minhas lágrimas?

RIGIDEZ NAS RELAÇÕES

Do ponto de vista de vida das relações e do comportamento, podemos nos identificar-nos com um dos dois elementos da natureza: a água ou o diamante. A água é flexível, fluida, elástica, altamente adaptável ao ambiente e, sendo inodora, insípida e incolor, recebe qualquer cor, qualquer gosto e qualquer cheiro. Interage com o meio, se liga imediatamente ao contato com outra água e é essencial à vida. O diamante é rígido, duro, corta todos os outros elementos e não é cortado por nenhum, não se liga a outro diamante, é inflexível e não suporta nenhuma mancha, é do tipo “quebra, mas não enverga”, é ligado à imagem e não é essencial à vida. 
Cerca de 70% do nosso corpo é água. Talvez para nos ensinar que a principal virtude no relacionamento entre as pessoas é à flexibilidade.Qualquer rigidez no pensar, no agir, no ver o mundo é uma espécie de teimosia.O teimoso tem um apego excessivo às próprias opiniões, aos próprios gostos, nunca admitindo a sua imperfeição humana.A convivência com pessoas que sempre querem ter razão, que sempre estão ditando regras para os outros, sempre ensinando, traz um grau excessivo de insatisfação e desgaste. A relação dialógica (diálogo) supõe obviamente pessoas com pontos de vista diferentes, procurando a verdade e não a supremacia sobre o outro. 
Considerar a relatividade dos pensamentos, incluindo os nossos, nos faz considerar as diferenças entre as pessoas. A idéia autoritária de que todos os membros de uma família, de uma equipe, de um casal devem pensar igual nos leva a entender como inimigo as pessoas que discordam de nós. A rigidez nos leva a desrespeitar a individualidade de cada um querendo que todos vejam o mundo da nossa forma e tenha os mesmos valores que nós. Daí nasce o desejo de controlar e dominar os pensamentos, sentimentos e ações dos outros. Cada um de nós existe a partir da diferença e da expressão específica dos nossos limites. Isso constitui a nossa autonomia e qualquer forma de querer reduzir alguém ao nosso modo de pensar é violência.
Respeitando nossa individualidade, nossa unicidade, aprendemos a respeitar a singularidade daqueles com quem nos relacionamos. Cada pessoa tem seu jeito, seu caminho, seu ritmo, seus gostos, sua forma específica de ver o mundo. E a relação amorosa começa quando aceitamos o OUTRO existindo diferente de nós. O amor é a convivência harmoniosa dos diferentes. Eu só posso amar no meu filho, na minha mulher, no meu marido, no amigo aquilo em que eles são diferentes de mim. No que eles são iguais a mim eu estou amando a mim, não a eles.
O teimoso, o fanático, o rígido é aquele que sempre tem certeza e se estrutura nos excessos. Segundo Adler os excessos sejam de que natureza forem, são um disfarce para as tendências inconscientes opostas. Assim a rigidez nas atitudes significa, constantemente o contrário do que a pessoa diz. Pessoas muito puritanas e moralistas escondem desejos sexuais reprimidos. Excessos de bondade escondem agressividades mal trabalhadas.
Excessos de dominação escondem fragilidade interna e sentimentos de inferioridade. Os erros são inevitáveis na trajetória humana. É da natureza do homem errar e é através dos erros que crescemos, avançamos e criamos.Esta ojeriza pelos erros, principalmente dos outros nos coloca em estado permanente de crítica e julgamento, transformando nossos relacionamentos em campos de batalha e de hostilidade.
Aceitar com suavidade os próprios erros, os próprios limites, a própria continguência humana é o principal caminho para nos flexibilizarmos diante do outro. Qualquer relação amorosa só será feliz se perdermos um pouco nossa rigidez. Quanto mais vivos, mais flexíveis. Quanto mais mortos, mais rígidos. Considerar a multiplicidade do mundo, a adaptabilidade da natureza, a paciência com as diferenças nos dará uma vida mais harmoniosa e menos sofrimento.Os rios alcançam o mar porque eles vão contornando os obstáculos, na sua sábia flexibilidade.

Antônio Roberto

Som

_ Meu som preferido no mundo é a sua risada...

Som

_ Meu som preferido no mundo é a sua risada...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Subjugar?

Tenha cuidado com a medida que você utiliza para dimensionar o seu estado atual e os sentimentos dos outros por você, porque isso pode se traduzir em uma cilada que o torna refém de suas próprias criações mentais e emocionais. Sem ter noção do real valor das coisas que pensa e sente e dos sentimentos alheios, na ilução de ter subjugado, você pode acabar sabotando sua energia criadora de modo a fazer perpetuar o indesejado em sua vida, perdendo algo ou alguém por deturpar as conquistas que foram afetivas e não premeditadas. 
JL



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Reencontro

Propositalmente me perco, esperançosa por ser encontrada, fico à margem de mim mesma, ávida por "salvação". Carente talvez, mas imbuída no propósito de compartilhar, de fazer uma conexão altruísta, que nos eleve o estado de espírito, com paz, harmônia e amor...Cansada de andar perdida, tiro a bússola da sacola, retomando a rota, me reencontrando. Quando então, tarde de mais, o outro por quem eu desejava ser encontrada, se percebe perdido, nos perdeu...haverá reencontro?

JL

domingo, 21 de outubro de 2012

Subestimar a inteligencia de alguém tentando persuadi-lo aproveitando-se de sua fragilidade e sentimentos é mais que perigoso, além de ser um ato irritante e covarde.

Acordo

Faço um acordo com o Universo; que me presenteie com o dom de angariar uma companhia fiel para a jornada. Alguém que tenha empatia por meus anseios, desejos, carências, sonhos... Alguém que povoe o espaço, com musica, livros, vinhos, amor, poesia, lembranças, histórias...sabedoria. 
Ao Universo retribuirei com bom humor, meu amor, meu sorriso em gratidão, minhas mãos...darei minha paz e meu silêncio - não pedindo mais nada. Ou padecerei da solidão que senti hoje, do desassossego de não dormir abraçada, da falta de risos, de sono... Tenho urgência ou farei este parto - esquecerei quem sou e renascerei outra.
JL

50 tons mais escuros

"Suas palavras são inebriantes, toda angustia do dia é esquecida. Somos apenas ele e eu, fazendo o que fazemos de melhor..." pg 248

Boa...

Pra deixar falando sozinha...
Mas não boa o bastante pra ser companhia?  Enganas
Se não boa o bastante...
Também não sou boa em compartilhar
Quero o inteiro
Sou boa o bastante - reconheças ou não!

Ensina-me


"O único jeito de ensinar o amor a alguém, é amando."

Peneira


Gostar


Deve ser bom gostar assim:
indiferente, sem precisar saber do outro, sem precisar ficar perto do outro, sem precisar compartilhar o máximo com o outro...deve ser bom gostar de quem estamos, apenas quando estamos, assim um gostar do momento, no momento, sem pretensão de gostar mais e mais...gostar na hora e ponto. E agora de quem gostas? 
Amar não, amar é diferente, amar é a falta constante, no lugar não cabe outra (o) ...amar é mais pesado, é talvez pagar um preço. Difícil saber se vale a pena. Muitos estão gostando agora, estão juntos de quem gosta ou não, apenas estão...e os que amam? Ahhh estão pagando um preço.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ditado



"de boas intenções o inferno tá cheio!"
Analisando minunciosamente, nossas boas intenções estão carregadas de segundas...
É ao nossos desejos, carências... que estamos tentando supri e quando nossa ajuda, cheia de boa intenções, não nos satisfaz,  é hora de repensarmos: uma boa intenção para conosco.
JL

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Verão após verão


"O próximo verão é uma expectativa da busca da novidade ou oportunidade de algo melhor do que já temos, mas nossa ânsia ou ganância emocional elege o ego como foco principal. O sol sempre brilha e é quente como sempre, o mar tem ondas e sempre frio, a areia é sempre areia e gruda nas estranhas de nossa pele como sempre grudou... E nosso coração é sempre emoção? 
Verão após verão, não vejo inovação na atitude, na fala ou na ação direcionada. 
Verão após verão vejo a mesmice da frivolidade dos atos num objetivo sem densidade. Não julgo as tentativas da procura do amor, mas ando com preguiça da inércia da emoção alheia. 
Verão após verão sinto a imensa importância do meu próprio e simples coração."
(Kenji Takahashi, Outubro-2012)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Lição

"As coisas não precisam de você. Quem disse que" ALGUÉM. "Tinha que precisar."

Todos são potentes diante daquilo que desejam, só não conquistam o que não interessa.
Não precisa dar uma mãozinha, não precisa dar um empurrãozinho.
Cada um vai, estar, fica ...exatamente onde quer. 

Querer é poder!!!

JL

Ferida


Cicatrizar é preciso
Uma apunhalada de cada vez
É o bastante.
Calma, não sei se aguento mais...
Um tiro certeiro aliviaria
Em definitivo
Basta.
JL

domingo, 14 de outubro de 2012

em 50 tons mais escuros...

"_ Você me faz esquecer de tudo. Você é a melhor terapia _ suspira ele, movendo-se em um ritmo dolorosamente lento, saboreando cada centímetro de mim..."

A verdade!

O X da questão: a verdade!
É ela que nos faz vencedores,
Amados, amores...
É ela que nos leva ao céu,
nos distância do inferno,
do baixo astral.
É ela quem nos faz Ser - Seres Humanos.

A verdade!

‎"Cinco grandes inimigos da paz habitam dentro de nós: a avareza, a ambição, a inveja, a cólera e a vaidade. Se conseguíssemos desterrá-los, gozaríamos inevitavelmente da perpétua paz."

Francesco Petrarca - Poeta italiano

domingo, 7 de outubro de 2012

Inspiração

...Em vão tento distrair-me do óbvio...
Olho-me no espelho e vejo-me exatamente como sou: inteira, intensidade, profundidade. E pensar que fui comparada, colocada em uma balança de julgamento de valores, sem nenhum valor, isto amarra meu estômago ao céu da minha boca. Fraquejo sem apetite pra lutar um pouco mais.
Sou tão literal, quanto julgo o outro ser, e vacilo nas entre linhas deste dialogo.
...

Em: O conto: Perto do Fim

Eu também, Anastásia

"reconheço em meu interior um desejo incontrolável e profundamente enraizado de ser amada e protegida."

Satisfazer - um ao outro...


"— Sim. Eu te disse o meu favorito está manhã.
Olho para o seu perfil glorioso, franzindo a testa, quebrando a cabeça.
— Satisfazer você, Senhorita Steele é que tem que estar no topo da minha lista. Qualquer maneira que eu poder...


O céu se transformou em um opala sutil, brilhando e brilhando suavemente atrás das nuvens. O amanhecer está sobre nós.


,,,O avião se transforma, e as asas mergulham, e nós vamos em espiral em direção ao sol. Ícaro. É isso. Eu estou voando perto do sol, mas ele está comigo, me levando. Eu engasgo com a realização. Nós rodamos e rodamos, e na minha opinião, nesta luz da manhã é espetacular.


"
em 50 Tons de Cinza

sábado, 6 de outubro de 2012

O CONTO DA NOITE ETERNA


Como outra qualquer, naquela noite, sentei-me diante do computador. Naquele instante, comecei a escrever sem muitas pretensões. Sendo sincera, desconhecia até o que eu iria escrever, mas as palavras foram saindo com letras que eu não enxergava, e mesmo não enxergando, já tinha noção do que eu pensava, ainda que sem saber o que escrevia, ou vice-versa. Confusa, eu sei! Mas minha mente também se encontrava assim. E da mesma forma que Deus pintou o mundo com seu "perfeito pincel", eu ia pintando o meu. Em pouco tempo, pude sentir uma estranha força que escorria por meus dedos.
Eu não sei o que ocorria comigo, mas era sensivelmente real. As nuvens iniciais que se
formavam no teto do quarto, em questões de minutos já me cercavam, e tornavam-se fumaça. O chão que eu podia sentir com os dedos dos pés eram manchas instáveis, abertas. Mas eu ainda enxergava a noite pela abertura da janela - e ela, era natural. Ouço batidas na porta, leves e suaves, como a maciez de uma folha que é levada pelo vento. Fui atender. Um belo homem esperava-me. Era de uma beleza incomum, e não pude deixar de convidá-lo a entrar. Seguindo meu pedido, ele deu alguns passos, e estando ao meu lado, sem nada dizer, deixou que o lençol no qual estava envolto caísse, revelando-me o seu corpo por inteiro. Deitamos em minha cama, e ali tive alguns dos melhores e mais intensos momentos de minha vida. Mas como a fumaça que surgiu em meu quarto, rapidamente ele desapareceu. No mesmo segundo, as linhas do chão se desenvolveram e se tornaram as linhas de uma estrada desconhecida. A noite continuava, mas naquele asfalto, a poeira havia se dissipado. O som e o cheiro do mar eram próximos. Passei a caminhar tentando alcançar o oceano, enquanto estranhamente ouvia os sons do meu teclado. Estaria eu escrevendo minha própria história?
 - Pensei ! Mas sabia que era impossível ...  - então prossegui. Na distância, brilhando em luz de si, avistei um homem em vestis brancas, cabelos balançando ao sabor do vento - o mesmo homem que estivera em meu quarto. Nos aproximamos. Chegando perto, Sua luz reverbera em mim, e o sinto como se fossemos um, ele foi completamente dócil, e pude sentir isso através de suas palavras:
_ Está noite te será eterna. Seus desejos também serão eternos. Entre nesse barco comigo, disse ele. O barco era simples, mas ao entrar, pude sentir que flutuava em meio ao nada. Os mares, os ventos e os sonhos, os desejos nos levarão. E assim o barco começou a mover-se. Ainda eu podia ouvir as batidas das tecladas feitas por minhas mãos.
À medida que o barco avançava, eu sentia mais e mais a presença do vazio que me cercava. Devo admitir que fiquei assustada, mas a calmaria das águas que se refletiam no homem, me tranquilizou. Num certo instante, eu perguntei, quem é você? 
Ele disse: _Olhe, o quarto! Uma estranha sensação percorreu minha alma.
Estaria eu de volta? Encontrei meu caminho? O sonho foi real? Os desejos se realizaram? 
De repente, notei que o barco e o homem não mais existiam. Haviam se tornado fumaça que foram tragadas pelo vento, pela história e pela noite. Com o passar dos dias, os sons das teclas foram desaparecendo, e só restávamos eu, a noite, o quarto, a fumaça e o teclado. Os meses foram passando e num perfeito encontro, obtive a companhia que desejei em meus anos de vida:_ a fantasia. Anos passaram e sendo sempre noite, com tanta lentidão do tempo, nada  me entristecia, pois eram enfim os meus desejos. - Isto é delírio?
Mas a mim, não cabe decidir nada disso. Prefiro viver todas as vidas do mundo dentro de meus sonhos, cercada pelos meus reais sentimentos e desejos que um segundo no mundo real. Mas estando contigo, noite eterna terá sido. 
QdG

Meu Estranho Sono


Ele nunca chega nas madrugadas mais desesperadoras.
O meu sono nunca vem quando eu quero. 
Naquelas noites que eu estou sem inspiração ou estou com raiva e triste.
Naquelas noites em que eu preciso desesperadamente dormir para ver se chego mais rápido.
Ah, esse meu sono é louco!
Parece que ele escolhe o dia que quer que eu durma.
E também o dia que não quer.
Literalmente há dias em que fico a ver estrelas.
Vou lá fora e ironicamente tudo e todos dormem e eu não prego os olhos ainda que eles estejam ardendo de tanto sono.
Se ao menos eu conseguisse  fechá-los, ainda que por instantes, eu teria um sonho maravilhoso!
Talvez o fato de pensar tanto, é que não me deixe dormir.
Por isso que escrevo tanto, para ver se alivio um pouco a cabeça, e durmo.
Escrevo, porque adoro escrever, e porque não paro de pensar.
Escrevo, escrevo e escrevo...
Depois te desenho...Às vezes o sono vem, mas nem sempre...
E quando ele não vem, as madrugadas me esgotam
E mais ainda eu lembro de você ...
Você, que nunca esqueço, acordada ou dormindo.
Mas quando daqui por algumas horas, a manhã vier branca e fria
saberei eu andar? Vou me lembrar de como se põe um pé à frente do outro?
Sem cair? Isso eu só saberei se e quando a próxima noite vier...


Falar não é sentir

‎"Falam de tudo... Da moral, do comportamento, dos sentimentos, das reações, dos medos, das imperfeições, dos erros, das criancices, ranzinzisses, chatices, mesmices, grandezas, feitos, espantos.... Sobretudo falam do comportamento e falam porque supõem saber... Mas não sabem, porque jamais foram capazes de sentir como o outro sente... Se sentissem não falariam!"
(Nelson Rodrigues)

Romance


"— Você cheira tão bem, Anastásia. Tão doce. — Seu nariz desliza pela minha pele, passando pela minha orelha, descendo pelo meu pescoço, ele desliza devagar, suave como uma pena e então, ele beija o meu ombro.
Minha respiração muda de rasa a apressada, cheia de expectativa. Seus dedos estão em meu zíper. Dolorosamente lento, mais uma vez ele desce, enquanto seus lábios se movimentam, lambendo, beijando e chupando ao seu modo, através de meu outro ombro. Ele é tão provocadoramente bom nisso. Meu corpo ressoa e eu começo a torcer languidamente sob o seu toque."

Em: 50 tons de cinza
Trilha Sonora
http://50tonsdecinza.com.br/trilha-sonora.html

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

“Eu te imagino, ...


“Eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser...” 

É quando bate uma saudade forte que ela canta e até dança. E por que não? Se a saudade é forte não há solução! Essa saudade do cheiro, do abraço, dos toques, beijos, sorrisos, olhares, dos porquês dos olhares (ela sempre pergunta por quê?), das mãos que se entrelaçam, dos dedos tateando contra a pele de seda, da pele dele sem seda, daquela vontade de ir se aconchegando e ficando só um, de entrar no outro, de se doar mais um pouco...
Ai que saudade! Ela canta: “Eu te imagino, eu te conserto, eu faço a cena que eu quiser...” num volume adequado, voz embargada, quase um sussurro, um sobro na água temperada que escorre no rosto, no colo, no corpo, na mão dela, nela... Água que se vai também deixando saudade. A espuma branca do sabonete liquido, viscoso, cheiro de amora, acaricia todo seu corpo; a mão passeando, sem ir em frente, apertando, ou indo em frente e atrás e na frente, indecisa não sossega. Beijos d’água, suspiros e cheiro; ela com semblante de moleca.
Tanta coisa nas cenas que ela imagina como quer e no seu tempo. Um redemoinho se faz no chão como se fosse ela que estivesse rodopiando, e ele, o ralo, embaixo dela. “Eu tiro minha roupa pra você, minha maior ficção de amor, eu te recriei só pro meu prazer”. Ela cria, recria, só a saudade é real. Saudade Dele, daquele jeito de apertar seu corpo, de atrelar a ela, de se esfregar, de entrar...  Sorri da lembrança da  imagem sacana do sorriso dele. Mais imagens surgem, cenas tão perfeitamente deliciosas que preenchem os espaços do seu corpo. Ora ela se imagina sobre ele, entre as pernas dele, debaixo dele, na cama com ele, pendurada no pescoço dele, movimentando-se às vezes com delicadeza e em outra, radiante como o sol escaldante, queimado em movimentos bruscos ou puros.  Em outra cena as pernas dela lambiam as pernas dele, a barriga, as costas e brincava, o prendia e o soltava apenas para provocar, para que ele pudesse percebê-la por inteiro. Em outro momento ela simplesmente rodopiava seu corpo sobre o dele, dando as costas para ele (visão dos deuses, para o seu deus Cupido)... Era gostoso ver a faísca do desejo nos olhos dele, sentir as mãos percorre suas costas trazendo-o todo pra dentro. A melhor parte era brincar apenas de tocar, de provocar sem deixar tocar, apenas deixar a vontade intensa consumir, deixando-os ávido pelo êxtase.
Às vezes, era um pequeno toque que a levava a uma explosão vulcânica. O corpo dela se mexia redondo, espiralando para o centro do ser dela, dele. Ora, ele apenas deixava-a em liberdade e com os dedos embalava o forte desejo dela, outra ele a consumia com beijos, como se chupa um sorvete e deliciosamente se lambuza. Ah! Se ele pudesse estar dentro... Nada importa agora... Os dedos tocavam e as minúcias do toque e de tudo se faziam presente como se ali fosse a hora e o lugar perfeito, sem ele, porém pra eles. O desejo lascivo era por ele e para ele dançava com suas formas voluptuosas, sorrindo, tirando a roupa, brincando de fugir sem fugir, tocando o próprio corpo só para provocar um pouco mais, atiçar maliciosamente sem deixá-lo chegar perto até que seus dedos seguissem para o ponto de ebulição e consumisse a si mesma enquanto ele era apenas um observador distante na sua imaginação. O que ele faria se ali estivesse? Ele iria até ela, continuaria olhando?
Talvez ele a empurrasse e ela, ao dobrar o dorso em direção ao chão, se achegasse ao corpo dele, submissa aos desejos ... Ou talvez, ele apenas a levasse com seus beijos, braços e abraços para a cama e a dominasse por traz, ou sobre ela... sabe-se lá. Não interessava, ela escolheu tê-lo de frente para ela, sentindo seu coração pulsando, seu corpo navegando no dela enquanto o dela ondulava continuamente até que seu corpo se contorceu, tremeu e parou, só era possível ouvir a respiração ofegante dela, faltou os gritos dele, faltou ele chamando os santos, as virgens, o Ser, o Sou, faltou ele nela, com ela... A cena seguinte era o que costumavam fazer, continuar conversando até que ele a tocasse de novo... Mas teria que ficar para outro dia, esperaria a agenda dele permitir ou em outro momento ela resolveria a distancia, imaginaria a cena que quisesse, tiraria a roupa pra ele só para provocar. Outro dia. Outro momento com ou sem ele, mas sempre por eles, para mantê-los vivos e reafirmar tudo que o amor diz ser possível. 
JL

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Artista


Artista

Sou artista, pintor, desenho imagens,
Nenhuma se compara a Teu fulgor.

Sei criar mil fantasmas, dar-lhes vida,
Mas se vejo Teu rosto, dou-lhes fogo.

Serves Teu vinho ao ébrio na taberna,
E abates toda casa que construo.

Nossa alma em Ti se dissolve: água na água,
Vinho no vinho, sinto teu perfume.
Cada gota de meu sangue te implora:
Faz-me Teu par e dá-me Tua cor.

Sofre minha alma na casa de argila:
Entra, Amado, senão hei de partir!

Jalal ud-Din Rumi

Certidumbre


Certidumbre
Paul Éluard


Si te hablo es para oírte mejor
Si te oigo estoy seguro de entender
Si sonríes es para invadirme mejor
Si sonríes yo veo el mundo entero
Si te abrazo es para continuarme
Si vivimos todo será placer
Si te dejo nos recordaremos
Y dejándonos nos reencontraremos.


Rascunho de 13/06/2009

O que fazer quando se deseja muito viajar para outro lugar, mudar?  Se alguém tiver a resposta que me diga então.
Porque Quitéria ?
Quitéria é o pseudônimo que adotei, adotei não, fui batizada assim por um Guru, um mestre, amigo, confidente e orientador. Alguém que adoro ler, que admiro e que tenho certeza já me usou como musa para algumas de suas maravilhosas obras. Mas por que Quitéria? Quer saber? Nem perguntei, ele explicou mas também nem me lembro. Aceitei, como uma órfão aceita o casal que vem adotá-la depois de longos anos de esperara e já se sentindo velha para adoção.
Agora sou Quitéria, simples assim, mas só Quitéria? Não, vou lhe dar um sobre nome: _di Genaro. E por que di Genaro? Complicou mais ainda! Sem explicações fica mais fácil lidar com essa vida.
Então a partir de agora eu me chamo Quitéria di Genaro. Nome com ar de mulher mais velha, mais forte, mais sabia, mais feia...tudo que eu não quero ser. Não quero ser mais nada disso, já me sinto de mais em um monte de coisas que não me valem para nada.
Vamos ver se Quitéria di Genaro irá me valer de algo que realmente eu sinta que valha a pena.
Mas o motivo mesmo é escrever à vontade,  sem vizinho e pentelhos especulando, comentando e julgando. Absurdo? Não é não! É assim que vive uma divorciada com filhos numa cidade de interior de Minas Gerais. Ainda assim! Quando não é coitada por sua solidão é maluca por suas ações de escrever, seja lá o que for, é ato de mulher maluca ou solitária. Afinal quem vai se interessar por uma escrita tão pouco elaborada de uma caipira divorciada? Todos eles, todos sem exceção, os hipócritas que não assumem suas condições de meros expectadores dos BBB da emissora famosa, eles os que não sabem ver arte onde a arte existe. Ali na esquina, na casa ao lado, na padaria ou qualquer lugar próximo aos olhos de quem quer ver. Aqui nesse lugar, isso mesmo, aqui tem arte, Arte de Quitéria di Genaro. Arte de coração que ama, amou, de quem acredita em alguém, de quem lê, vê, ouve, grita, cai, machuca, sacode a poeira, levanta e tropeçando vai levando a vida. Escrever talvez seja a terapia mais barata e ler a forma de agradecer a outros malucos por nos levarem a outros lugares para esquecermos quem somos num momento de desespero. Então viva Quitéria vive e escreve o que bem entender. Com erros ou não. Leia quem for capaz!!! Se não, veja...vale a intenção.

Comi a galinha e paguei o pato.
Fui ao teatro hoje. Identifiquei-me com o nome da peça: Comi a galinha e paguei o pato.
Não é bem assim, porque nem comi a galinha e estou pagando um pato bem gordo! 
Tempo confuso, solitário, perdido e mesmo assim pagando o pato, o mico e mais o que vier.
Me senti, sem nenhuma pretensão, a autora, produtora e atriz da peça. Que peça!
A peça de uma vida estraçalhada por ter se arriscado, pelas diversas tentativas de fazer diferente e por ainda assim acreditar em gente. Gente que nada! Bicho homem, não o gênero masculino, mas o bicho homem espécie, diferente de animal, racional, ou pelo menos deveria ser...Animal?  Quem o é ou deixa de ser?
 Nesse mundo caótico em que vivemos, ter valores, ser autentico, querer somar e não subtrair, falar e quere ouvir a verdade e por demais ser transparente, não é coisa de gente, gente normal quero dizer. Quanto mais dissimulados, desonestos, mentirosos e medíocres formos mais teremos e seremos, dita o ditado, a lição de casa.
Ser ou não ser? ...Eis minha questão!
Voltando a peça! Penso que se eu for presa para pagar um pato, que nem comi, talvez seja melhor porque assim eu estaria mais aliviada. Ser apaixonada, sonhadora, querer viver um grande amor e querer ser companhia nos dias de hoje é maçada é coisa de maluca e olha que nem bebo, nem tomo rívotril e muito menos faço terapia. Será que eu deveria?
Não posso ser quem quero ser então que venham os patos, as galinha e todos os atos para eu pagar a conta, mas depois não vão dizer que sou mal pagadora. Estou tentando. A sociedade moderna, “o governo” que manipula e rouba e as pessoas que agem de má fé e os falsos profetas que me perdoem. Quero que todos vão comer galinhas em outro terreiro, no meu não, por favor, estou cansada!
Quero gente de verdade do meu lado, em frete, atrás, em cima ou em baixo. Seja onde for, quero gente autentica, transparente, destemida e que saiba respeitar a essência e sentimentos alheios.  Sonho meu, sonho meu vai buscar quem mora longe, sonho meu!!!
Parei, talvez seja pedir de mais. Eu já pedi o que eu preciso de mais. Espontâneo é melhor, deixa estar!

A coragem


De todas as virtudes, a coragem é sem dúvida a mais universalmente admirada. Fato raro, o prestígio que desfruta parece não depender nem das sociedades, nem das épocas, e quase nada dos indivíduos. Em toda parte a covardia é desprezada; em toda parte a bravura é estimada. As formas podem variar, claro, assim como os conteúdos: cada civilização tem seus medos, cada civilização suas coragens. Mas o que não varia, ou quase não varia, é que a coragem, como capacidade de superar o medo, vale mais que a covardia ou a poltronice, que ao medo se entregam. A coragem é a virtude dos heróis; e quem não admira os heróis?...

Em: Pequeno Tratado das Grandes Virtudes - André Comte-Sponville
http://fernandonogueiracosta.files.wordpress.com/2010/06/pequeno-tratado-das-grandes-virtudes1.pdf

Renovar seu esplendor



Não é um de privilégio só de fênix, mas é preciso coragem, determinação, ação, mudança de hábitos. 
A excelência decai bem como a fama. O hábito desgasta nossa admiração, e uma novidade medíocre pode superar a maior celebridade envelhecida. Portanto, renascer na coragem, em intelecto, em felicidade, e em tudo o mais.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Sono

E se eu entrasse num sono profundo
alguns dias
eu acordaria mais forte
mais eu
esquecida

como se nada
como é hoje
nada

quero dormir!

O quanto é bom...


"— Vamos, Anastásia, mais uma vez, — ele rosna por entre os dentes cerrados, e inacreditavelmente, meu corpo responde, convulsionando em torno dele, quando eu chego ao clímax de novo, gritando o seu nome. Despedaço-me novamente em pequenos fragmentos, e Christian finalmente para, em silêncio, encontrando a sua liberação.
Ele cai em cima de mim, ofegando.
Quanto você achou bom? — pergunta-me com os dentes apertados.
Oh, meu Deus..."

O AMOR



 “O que fazemos por amor sempre se consuma além do bem e do mal”, Nietzsche.

O amor
O sexo e o cérebro não são músculos, nem podem ser. Disso decorrem várias conseqüências importantes, das quais esta não é a menor: não amamos o que queremos, mas o que desejamos, mas o que amamos e que não escolhemos. Como poderíamos escolher nossos desejos ou nossos amores, se só podemos escolher – ainda que entre vários desejos diferentes, entre vários amores diferentes – em função deles? O amor não se comanda e não poderia, em conseqüência, ser um dever. Sua presença num tratado das virtudes torna-se, por conseguinte, problemática? Talvez. Mas devemos dizer também que virtude e dever são duas coisas diferentes (o dever é uma coerção, a virtude, uma liberdade), ambas necessárias, claro,
solidárias uma da outra, evidentemente, mas antes complementares, até mesmo simétricas, do que semelhantes ou confundidas. Isso é verdade, parece-me, para qualquer virtude: quanto mais somos generosos, por exemplo, menos a beneficência aparece como dever, isto é, como uma coerção. Mas é verdade a fortiriori para o amor. “O que fazemos por amor sempre se consuma além do bem e do mal”, dizia Nietzsche. Eu não iria tão longe, já que o amor é o próprio bem. Mas além do dever e do proibido, sim, quase sempre, e tanto melhor! O dever é uma coerção (um “jugo”, diz Kant), o dever é uma tristeza, ao passo que o amor é uma espontaneidade alegre. “O que fazemos por coerção”, escreve Kant, “não fazemos por amor.”

Isso se inverte: o que fazemos por amor não fazemos por coerção, nem, portanto, por dever.


Em: Pequeno Tratado das Grandes Virtudes
André Comte-Sponville

http://fernandonogueiracosta.files.wordpress.com/2010/06/pequeno-tratado-das-grandes-virtudes1.pdf

Valor

Quem permite a desordem de valores somos nós. 
Somos tratados como consentimos 

JackLigeiro


Meu Amor


A Última Carta de Amor - Jojo Moyes 

"E se sentir que foi a decisão acertada, saiba ao menos isso: em algum lugar deste mundo há um homem que a ama, que entende quão preciosa e inteligente e boa você é. Um homem que sempre a amou e que, por mais que ele tente evitar, desconfia que sempre a amará."

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Quando ceder, quando não


Não ceder a um capricho vulgar.
Os grandes não se curvam diante de impressões passageiras. É prudente refletir sobre si próprio: conhecer a própria disposição, e se prevenir.
Considerar o outro extremo para, entre a arte e a natureza, acha o ponto de equilíbrio da sindérese. Para se corrigir é preciso se conhecer. Pois existem verdadeiros monstros de impertinência, sempre levados pelos caprichos, que fazem variar seus afetos. Arrastados por esse desequilíbrio vulgar se envolvem em suas tarefas de forma contraditória. Tal excesso, além de arruinar a vontade, também distorce a razão, perturbando o desejo e a compreensão.

Avalie a sorte.

Para poder agir e para se empenhar. É bobagem alguém de quarenta anos pedir saúde a Hipócrates, e bobagem ainda maior pedir prudência a Sêneca. Reger a sorte é uma arte, seja esperando-a – pois ela às vezes não se apressa-, seja aproveitando-se dela quando é oportuna, embora nunca vá entender totalmente o seu proceder bizarro. Se a sorte o tem favorecido, prossiga com ousadia, uma vez que ela adora os ousados e, como uma mulher deslumbrante, os jovens. Se é um azarado, abstenha-se de agir. Retire-se e
evite de falhar duas vezes. Se a dominou, você deu um grande passo à frente.

Em: A ARTE DA PRUDÊNCIA - BALTASAR GRACIAN