segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Essa é a vida (sempre será)

Não sei bem o quê, que vida, a Vida quer de mim...
Mas sei a vida que eu quero pra mim:
Não quero comprar tijolos para construir.
( também não quero nada que possa ruir...)
Não quero só uma casa, quero um lar.
Desse lar o aconchego, o sossego, o rir e o sorrir....
e o canto num canto para me emocionar.

Quero ter um bom livro, comprado no sebo.
E também poder escrever um poema, um texto,
num papel azul de céu e dele fazer uma pipa...
e soltar essa minha escrita para voar até o dia
em que aviste um cardume de peixes
que acompanhe e deixe as letras da minha vida
repousarem inertes no mais fundo do oceano.

Quero do meio, o todo. Do pouco, fazer muito ou tudo.
A moda que quebre meu salto...não me importo.
Quero apenas andar de havaianas,
conhecer a graça da arte de graça da praça.

No cinema, a sessão mais barata, meio saco de pipoca e coca...
Teatro mambembe, serenata, boteco, papo ou batucada...
Se um dia houver vinho, bem vindo, pode ser do Porto
( e em porto qualquer, qualquer vinho...)
Quando houver esse porto, quero sentar no cais com velas a me velar,
e a iluminar o navegar e as ondas macias do mar...

Quero encontrar da primeira a última estrela tardia
aquela que resiste a brilhar, quando já brilha o dia,
e que eu lhe dê "boa noite" e ela me dê "bom dia"...
No meu cômodo, de bens vazio, pouco tenha para meu fastio.
Só sonos profundos para sonhar e acordar com o amor
- de tudo o que terei isso será o mais precioso-
e que ele seja a água da minha sede, minha brisa perene,
e me traga sempre nele, primeiro calor e depois o fogo.

Ter uma realidade simples, talvez longa, talvez breve,
Mas sempre leve como uma pena a flutuar.
Que tenha sempre o almoço de domingo,
macarrão ao molho e vinho tinto
e muito tempo pro molho temperar.
É essa, a vida simples que eu quero da vida levar.
JackLigeiro

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