domingo, 2 de setembro de 2012

Ser grato



"A gratidão é a mais agradável das virtudes; não é, no entanto, a mais fácil.


A ingratidão não é incapacidade de receber, mas incapacidade de
retribuir – sob a forma de alegria, sob a forma de amor


Digamos apenas que a gratidão é levada a agir, por sua vez, em favor de quem a suscita, não decerto
para trocar um obséquio por outro (não seria mais gratidão, e sim troca), mas porque o amor
quer dar alegria a quem o alegra, com o que a gratidão nutre a generosidade, quase sempre,
que nutre a gratidão. Daí um “amor recíproco”, como diz Spinoza, e um “zelo de amor”, que
caracterizam também a gratidão: “O reconhecimento ou gratidão é o desejo ou o zelo de amor
pelo qual nos esforçamos em fazer o bem àquele que o fez a nós, em virtude de um
sentimento semelhante de amor por nós.”



A morte só nos privará do futuro, que não é. A gratidão liberta-nos
dele, pelo saber alegre do que foi. O reconhecimento é um conhecimento (ao passo que a
esperança nada mais é que uma imaginação); é por aí que ela alcança a verdade, que é eterna,
e a habita. Gratidão: desfrutar eternidade."


Pequeno Tratado das Grandes Virtudes
André Comte-Sponville



(gratidão motiva alegria ...e o que há de melhor que alegria?)


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