sábado, 12 de setembro de 2009

Deboche


Ele homem vivido criado pelas mazelas da vida

Ela mulher ainda menina com as escolhas falidas

Que chances ainda teriam?

A esmola vale menos que o churrasco do dia

que a carne da semana, muito menos ainda

Da novidade que é ser dançarina,

a ironia, gravidez, como dele seria?


Dos sentimentos gerados como na gestação,

o alerta de serem puramente ilusões

Pobre menina! Isso foi a maior covardia,

Ele aniquila seu sonho de querer ainda

viver o que é ser e ter boa companhia.

O amor por ser sozinho é exaltado,

O argumento da mulher menina é ignorado.

Ela com sede de vida, a vida boa de ser vivida

Ele, que já teve essa vida, prefere cultivar as feridas

ruminando histórias que deveriam ser esquecidas

Quem o dera usasse o deboche como borracha.

Papel limpo, novo enredo, nova peça

Ele autor e diretor dessa nova trama

Ela motivada, atriz desejosa de fama

Aplaudidos pelos deuses certamente seriam

Ah maldito deboche, cruel brincadeira

Invento do homem com propósitos diversos

Neste caso, apenas fazer com que o amor da menina

Por não ser desejado, vire tolos versos arquivados.

Quitéria di Genaro

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