Ele homem vivido criado pelas mazelas da vida
Ela mulher ainda menina com as escolhas falidas
Que chances ainda teriam?
A esmola vale menos que o churrasco do dia
que a carne da semana, muito menos ainda
Da novidade que é ser dançarina,
a ironia, gravidez, como dele seria?
Dos sentimentos gerados como na gestação,
o alerta de serem puramente ilusões
Pobre menina! Isso foi a maior covardia,
Ele aniquila seu sonho de querer ainda
viver o que é ser e ter boa companhia.
O amor por ser sozinho é exaltado,
O argumento da mulher menina é ignorado.
Ela com sede de vida, a vida boa de ser vivida
Ele, que já teve essa vida, prefere cultivar as feridas
ruminando histórias que deveriam ser esquecidas
Quem o dera usasse o deboche como borracha.
Papel limpo, novo enredo, nova peça
Ele autor e diretor dessa nova trama
Ela motivada, atriz desejosa de fama
Aplaudidos pelos deuses certamente seriam
Ah maldito deboche, cruel brincadeira
Invento do homem com propósitos diversos
Neste caso, apenas fazer com que o amor da menina
Por não ser desejado, vire tolos versos arquivados.
Quitéria di Genaro
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